Por Renata Curzi
Picante, salgado e doce. Tudo ao mesmo tempo. O roquefort é um dos queijos de sabor mais forte. Se existisse uma classificação dos queijos de acordo com um estilo musical, a do roquefort seria o heavy metal: muita guitarra e muita bateria harmonizadas por um baixo conciliador. Encontrar o balanço perfeito é uma arte que exige muita técnica, sensibilidade e um pouco de teimosia. Uma das razões pela qual esse queijo tem status de lenda.
Mas de onde vem tanto sabor? Tudo é fruto da técnica de fabricação; do tipo de leite (ovelha), da cultura lática e do mofo utilizados. Cada gosto tem sua origem:
- Pungência: Dois fatores contribuem para o sabor picante: o uso do leite de ovelhas e a ação do mofo, o penicillium roqueforti.
- Salgado: os queijos azuis são usualmente mais salgados que os demais. Isso é necessário para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do mofo.
- Doçura: é uma característica dos queijos de ovelha. O leite dessa espécie é mais rico e denso do que os de vaca ou cabra. Ele tem mais proteínas, gorduras e também açúcares.
O Roquefort do Brasil
A produção de roquefort é talvez um dos maiores oligopólios do mundo dos queijos. Como já contamos AQUI esse nome vale ouro e é super protegido. O que não impede que nós tenhamos nosso “tipo roquefort”. Um produtor do RS importou ovelhas e fez cursos na França para fazer aqui um queijo mais semelhante possível ao original. Em empórios o roquefort nacional é vendido a R$180,00 por quilo; no site da marca, que entrega em todo o Brasil, custa R$130,00, enquanto o roquefort AOC da marca Societé (que usualmente tem os menores preços!) custa aqui R$350,00.
Como comer o queijo roquefort
A maioria dos brasileiros preferem queijos suaves e temos bastante resistência em provar variedades mais fortes. Gostamos de comer o queijo puro, mas tome cuidado ao tentar isso com um queijo azul de ovelhas.
O roquefort tem um sabor robusto. Poucos apreciam comê-lo puro; ele fica melhor em uma fatia de pão, de preferência, artesanal. Há quem goste de passar manteiga em sua superfície para deixá-lo mais delicado.
Acompanhamentos clássicos: pães, mel, PERAS, maçãs, figos, uvas e nozes. Os americanos adoram o molho de roquefort com carne, não há steak house sem essa opção no menu.
Bebidas: para equilibrar o sal, vinhos de sobremesa (porto ou sauterns). O meu livro preferido de harmonizacão de queijos e vinhos (Cheese and Wine, de Janet Fletcher) sugere também o Sauvignon Blanc.
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ele emuito indentico ao queijo gorgozola .
Olá Valmir,
Experimente degustar os dois queijos. Coma uma fatia de maçã entre eles, para limpar o paladar.
Visualmente eles são similares, mas você vai perceber a grande diferença que o leite de ovelha confere ao roquefort.
Fique atento pois há supermercados que vendem qualquer queijo azul como roquefort.
Verifique no rótulo se é feito com leite de ovelha!
Obrigada pelo contato.
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onde consiguo comprar este queijo ?
quem e o fabricante no rs ?
Olá Euclides,
Quando eu fiz esse post a importação de roquefort era mais complicada. Agora podemos achar esse queijo com relativa
facilidade em supermercados gourmet e lojas especializadas.
A marca da versão nacional é Lacaune (nome da raça de ovelhas que dá o leite para esse queijo). Ele têm um site e
fazem vendas online.
Depois leia o outro material que fizemos sobre roquefort- clique na palavra destacada em azul nesse post- lá explicamos melhor a questão da nomenclatura desse queijo.
Obrigada pelo contato,
Renata
Esse queijo é uma delícia, pena que não é tão barato, já comi acompanhado de um vinho tanto o Gorgonzola quanto o Roquefort. Lembro me que usei um Roquefort para apresentar um trabalho de biologia no 3º ano do ensino médio.
Isso mesmo Erick, queijo é cultura!